As vilas e cidades fundadas neste continente desde o século XVI foram expressão e símbolo da conquista ibérica e da invenção das nações depois da independência durante o século XIX. Este livro, escrito por importantes especialistas brasileiros e estrangeiros, analisa, sob diversos ângulos e cronologias, os legados, as formas assumidas pela dominação nas urbes e suas resistências.Importantes temáticas relativas ao processo de urbanização de cidades da América Latina estão presentes nas análises aqui reunidas que abordam os caminhos metodológicos para entender a fundação de vilas no tempo das capitanias hereditárias; o projeto pombalino de povoamento através dos exemplos de vilas na capitania da Bahia; a mudança na escala de intervenção urbanística de Lima, Lisboa, Santiago de los Caballeros da Guatemala e de San Sebastián destruídas por catástrofes; o associativismo dos trabalhadores no Rio de Janeiro entre meados do século XIX e as primeiras décadas da República; e a problematização doconceito de território e as dinâmicas de des-territorialização. A propriedade fundiária, desde o início da colonização portuguesa, envolveu relações sociais entre agentes no espaço em configurações historicamente dadas. Este livro trata da históriada cidade do Rio de Janeiro, com seus significados e representações para seus moradores ou simplesmente para quem gosta dali. Ser "dono do Rio" relaciona-se à criação do cenário, imagem, cultura e traçados da cidade (e de seu destino) justamente poraqueles que não detiveram a propriedade. Este trabalho procura remontar às origens desse desencontro. Tal temática é apreciada em seis textos que reconstituem o processo de acumulação dos patrimônios territoriais.