Silvia Aguião nos apresenta uma singular etnografia das relações pelas quais se forjam sujeitos - e formas de assujeitamento/subjetivação - no cotidiano de uma política de identidades de cunho "participativo", compondo um panorama dos processos de formação do Estado que, como a autora destaca, são também processos de formação de subjetividades, de afetos, e de redes.Tão importante quanto o conteúdo etnográfico, e a análise do "campo" LGBT, é a construção teórica rigorosa em especial, mas não só, no uso dos textos de uma antropologia sobre/do Estado, testando-a, operacionalizando-a de modo argumentativo. E tudo isso chega-nos pela vida de um texto claro, direto e enxuto, tanto quanto denso, reflexivo e inquietante.