Primeiro romance de Bruna Lombardi, publicado em 1990, Filmes proibidos retorna em nova edição pela Editora Record, com texto de orelha assinado pela escritora e jornalista Giovana Madalosso e texto de quarta capa escrito pelo autor, tradutor e editor Rodrigo Lacerda. Bruna Lombardi é uma artista multifacetada: além de talentosa atriz, apresentadora, roteirista e produtora de cinema, também se destaca como poeta e escritora. Em 1990, após ter publicado livros de poesia e literatura infantil, lançou seu romance de estreia, Filmes proibidos. Trinta e cinco anos depois de sua primeira publicação, a obra retorna ao público em nova edição pela Editora Record, com texto de orelha assinado por Giovana Madalosso e texto de quarta capa escrito por Rodrigo Lacerda.Filmes proibidos, narrado em primeira pessoa, conta a história de uma mulher de trinta anos que atravessa uma série de experiências, em diferentes lugares e momentos da vida. Viciada em "remédios para rinite" e um tanto perdida em sua existência, logo nas primeiras páginas ela se apaixona de pronto por um homem fugaz, que aparece e desaparece constantemente - criando a sensação de que ele escorre pelos dedos da personagem, e também do leitor -, como uma ilusão efêmera.Por meio dessa protagonista moderna, independente, observadora, irônica e que, ao mesmo tempo, é romântica e busca viver um grande amor, somos imersos em uma São Paulo vibrante, repleta de personagens excêntricos, como "a cartomante que vai perdendo o sotaque à medida que a consulta avança, a mãe hipocondríaca que canta óperas no telefone, o amigo misantropo, o psicanalista que estuda a sexualidade dos caramujos [...]. Essas figuras ganham voz em diálogos afiadíssimos, pontuados por frases lapidares, dessas que hoje receberiam milhares de likes", conforme relata Giovana Madalosso no texto de orelha.A aventura aqui narrada ocorre na virada da década de 1980 para 1990. No texto inédito de apresentação a essa edição, Bruna Lombardi reflete sobre a geração protagonista dessa história, que é "urbana, pós-moderna, fascinada pela explosão techno e pelos computadores pessoais". Trata-se de uma sociedade aquém do que hoje, aparentemente, nos é essencial, que ainda não tem "redes sociais, Google, celulares, selfies, WhatsApp, streaming, algoritmos, aplicativos e muito menos IA". A narrativa retrata, assim, uma geração que valoriza a presença física de seu parceiro e exige a forma real do outro, ao mesmo tempo em que está à beira da tran