Em uma cidade grande, pessoas desconhecidas cruzamse todos os dias. Seja na rua, em restaurantes ou no ônibus, temos sempre que lidar com a presença do outro - e este pode nos parecer muito diferente. Analisando essa condição da vida urbana, Luís Dill constrói, com grande inventividade, uma obra que explora as nuances do nosso difícil relacionamento com a alteridade.Em Final de linha, acompanhamos uma viagem pela principal linha de trem da Grande Porto Alegre. Sentados próximos, Guilherme e William trocam olhares analíticos desde a partida, em São Leopoldo, até a chegada ao Mercado Público. As várias situações que acontecem no interior do vagão são incorporadas de modo diverso pelos protagonistas. A cada trecho, lemos o que se passa na mente dos jovens, conhecendo suas preocupações e, mais que tudo, percebendo como o preconceito e a intolerância podem surgir a partir de meras suposições assentadas na irracionalidade. Enquanto isso, uma tensão vai surgindo entre eles, que atinge seu ápice ao final da viagem.