Escolas não são apenas edifícios ocupados por pessoas, escolas são também ?oresta, praia, caatinga, serrado... escolas são rios, colinas, bairros, favelas, territórios multiespécies de um mundo onde seja bom existir.Este livro instiga à busca de respostas sobre como assegurar o direito das crianças à territórios escolares que alimentem sentimentos de amor/cuidado entre humanos e não humanos, possibilitando a existência em condições de integridade e pertencimento coletivo à Terra.Em tempos de Antropoceno, os escritos de Rafael Cruz instigam à luta em defesa de políticas públicas que alimentem a bio?lia, a tendência inata à proximidade com que é vivo, antidoto à formação de pessoas, grupos, sociedades alienadas de si e da Terra.Sua experiência de pesquisa em terras portuguesas é uma sincera convocação à criação de ambientes escolares afáveis, belos, brincantes, desa?adores da curiosidade, da inteligência, da criatividade. Para nós, brasileiras/os, soa como convite à educação como prática da liberdade, materializada em rotinas-tempos-espaços de livre brincar-pesquisar-conhecer de corpo inteiro, em interconexão democrática com tudo que vive no solo, no ar, nas águas.O livro de Rafael inspira à aprendizagem da cidadania e da ?orestania, na contramão do modelo escolar que serve ao colonialismo neoliberal contemporâneo; e abre gretas à invenção de uma pedagogia ecológica contracolonial, biocêntrica, biofílica, antirracista, brincante, voltada à produção da vida, não à produção do lucro.Léa TiribaEducadora-ambientalista, professora da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro/UNIRIO