Para muitos jovens de classes populares, o imbricamento de trabalho e estudo é um determinante de sua condição juvenil. Jovens que trabalham e estudam fazem escolhas difíceis, arcando com perdas inevitáveis, as quais podem colaborar para a manutenção do ciclo de pobreza e influenciam em sua qualidade de vida. Entremeando esta sobreposição, a saúde se mostra ora fortalecida, ora desgastada. Este livro é o resultado de uma tese de doutorado realizado na Universidade Federal de Minas Gerais, em parceria com a Universidade Federal de São João del Rei. Nele abordam-se temas centrais evidenciados na tríade juventude-trabalho-estudo como: cansaço, sono e repouso, exiguidade temporal, convívio familiar, amizades e namoros, religiosidade/espiritualidade, esporte, lazer, projetos de futuro e políticas públicas para as juventudes. Relacionam-se as preconizações da Organização Internacional do Trabalho e da Agenda Nacional do Trabalho Decente para a Juventude com a realidade do trabalho contemporâneo: baixa valorização, inserção no mercado laboral e condições deste trabalho. Menciona-se a importância da instrução formal que acaba por ser prejudicada neste processo. Todos os aspectos são abordados pela ótica do conceito ampliado de saúde e considerados como determinantes da mesma, numa análise abrangente, realista e atual. Evidencia a necessidade de mudança da visão reducionista das juventudes, demonstrando suas forças, potencialidades, necessidades e sua importância para a sociedade a qual nem sempre sabe valorizá-las nem reconhecê-las.