Neste ensaio, François de Bernard expõe uma concepção de pobreza estranha para as que dominam a cena geopolítica. Ele refuta as interpretações convencionais, por exemplo, a que apresenta a persistência da pobreza como uma falta de boa governança. Ele estima que a pobreza continua sendo o objeto dos acomodamentos políticos, sociais e culturais mais perigosos: uma espiral que não poderá perdurar indefinidamente sem um esforço muito elevado para todos. Assim, na medida dos resultados efetivos da luta contra a pobreza desencadeada no início dos anos 1990 pelos governos, sua introdução sobre A Pobreza Sustentável prolonga as teses do Governo da Pobreza, e os inscreve na paisagem das mundializações em curso. Além dos balanços aos quais se limitam ordinariamente as análises da pobreza, este livro tenta fazer redescobrir a pobreza como causa do nosso tempo. Trata-se de proceder para um retorno do qual nós não temos realmente avaliado as conseqüências: Refazer da pobreza um objeto de pensamento, como reivindicava seu livro, publicado em 1995. Este livro é um manifesto filosófico intempestivo fundado sobre vinte anos de pesquisas e de experiências profissionais.