Travada nos confins da América do Sul, a Guerra do Paraguai foi um conflito cujos níveis de violência impressionaram os contemporâneos e chocam até quem procura estudá-la. Importantes ingredientes da matança foram os ódios político, cultural e racial. Mas o confronto bélico foi apenas um espelho das contradições que moldaram a região no século XIX, da tensão entre centralização e federalismo, modernização autoritária e resistências locais, soberania popular e realpolitik internacional. A brutalidade do conflito, marcada por sacrifícios e devastação econômica, refletiu não apenas a ferocidade dos combates, mas também as profundas divisões sociais e políticas que permeavam as sociedades platinas na época, com efeitos que se fazem sentir ainda hoje. A leitura desta obra revela um mundo que podemos não apreciar, mas que não podemos desconhecer.