O livro Da Guerra à Psicanálise, organizado por Daniel Delouya é uma obra que une a psicanálise à compreensão dos fenômenos históricos e sociais: a guerra e seus impactos psíquicos. O livro mostra como a guerra, tanto no sentido literal quanto simbólico, se inscreve na subjetividade humana e influencia as formas de organização social e política. Dentre os capítulos, vemos a descoberta de um manuscrito inédito de Freud que analisa a personalidade do presidente norte-americano Woodrow Wilson. O texto explora a relação entre liderança e guerra, evidenciando as dificuldades de Freud em publicar seu estudo devido às resistências e às pressões políticas e ideológicas. No decorrer, o autor traça paralelos entre a psicologia dos grupos e o comportamento das sociedades, demonstrando como esses grupos podem regredir ao fanatismo e à submissão irracional diante de líderes autoritários. Ele relata como a guerra e a violência são internalizadas na psique humana e relaciona a psicanálise com os impulsos destrutivos e discute a forma como a cultura lida com a agressividade, seja por meio da sublimação ou da repressão. Além disso, envolve o impacto da tecnologia e das redes sociais na dependência tecnológica que pode ser um sintoma de fuga da angústia e do desamparo.