Esta obra nasceu da minha preocupação com crianças e adolescentes devolvidas ao Estado após terem sido levadas em guarda ou mesmo após adoção conclusa.A grande maioria das crianças e adolescentes além do sofrimento por não terem conseguido permanecer na família adotante, sente-se culpada pelo insucesso, sem falar do efeito desastroso que uma adoção fracassada promove na família adotante. Este estudo, na verdade vem de um pensar, que algo precisa ser realizado para que hajam mais adoções de sucesso e que se bem preparados, adotantes e adotados possam viver em harmonia. Este não é um estudo concluso, mas sim um embrião em desenvolvimento que precisa de outros olhares para complementá-lo. Convido estudiosos na área da adoção a dar continuidade para que este pequeno embrião crie forças e contribua de modo significativo para adoções bem-sucedidas.Trabalhando há cinco décadas na área da psicologia clínica, das quais alguns anos como supervisora em casas de acolhimento institucional acrianças e adolescentes e 15 anos como voluntária nos grupos de apoio à adoção, vejo a importância da escuta da criança e do adolescente no período de sua institucionalização, seja para a volta à sua família de origem, ou para a adoção, ou ainda para a saída da instituição ao completar 18 anos. O tempo de institucionalização precisa ser melhor aproveitado no suporte emocional às crianças e adolescentes através de uma escuta especializada. Indico esta obra a todos os profissionais que direta ou indiretamente trabalham com crianças e adolescentes em situação de acolhimento institucional, além de interessados em adotar.