"O objetivo da arte não é representar a aparência externa das coisas, e sim seu significado intrínseco." - AristótelesStephen Barr, físico de formação, vai mostrar como as primeiras experiências mentais da escolástica prenunciaram as disciplinas mais práticas dos renascentistas, e como os alicerces dos saberes podem melhor explicar o core, o cerne dos fenômenos. O marco de Galileu é a melhor demonstração da revolução mental que se sucedeu: entre realidade experimental e virtualidade matematizante. Na Astronomia, o ponto de vista puramente "matemático" quis tomar posição entre os sistemas de Copérnico e de Tycho; e, se entendermos melhor o seu papel, o que tivemos foi uma bifurcação "virtual" entre a matemática e as causas físicas. Foi a física quântica, em seus experimentos práticos, que hoje nos trouxe de volta a realidade observada pelos antigos: a unidade constituinte da matéria fora dos sistemas de medição - e a beleza das categorias do corpo e das formas, corroborada pela moderna teoria matemática. e pelas leis da simetria. A coleção Guia do estudante de artes liberais tem por sentido orientador um guia de core curriculum, o de encaminhar os estudantes ao cerne das disciplinas. Para que artes? Por que Liberal? As artes liberais são parte da Tradição, ganhou corpo orgânico - e a conveniente divisão entre artes da linguagem e artes da matemática, formando o trivium e o quadrivium. Na escolástica, foi a arte de compor pensamentos, dando corpo às palavras na linguagem. Iniciar pela mais "natural" das disciplinas não deixa de ser um propósito icônico. O apego da modernidade aos conhecimentos sobre a natureza física do cosmos nos surpreende pela funcionalidade operativa, a poiese dos gregos. Mas ser liberal não está no poder de manipular artefatos. Significa, antes, agregar domínio sobre si, começando pelo de ser. Uma vez dominada a arte da expressão da linguagem, aí sim podemos partir para hipóteses, ao quid, ao que é natureza, no ambiente material e imaterial que nos cerca.