Nas epistemologias feministas, o corpo vai além de uma categoria ou objeto de reflexão, o corpo é memória viva capaz de interpretar-se. A obra de Frida Khalo revela um corpo que sabe de si, que se diz, através da pintura, transpondo e restaurando suaexperiência vividas no corpo. Essa aproximação a partir da corporeidade remete as novas formas de construção do saber que nos leva as teologias feministas, onde a experiência do corpo e da corporeidade é apresentada como ponto de partida para qualquer reflexão teórica. O trabalho de Livia Carvalho, assim como a obra artística de Frida Khalo, provoca e evoca outras hermenêuticas a partir da corporeidade, rompendo com a racionalidade patriarcal e criando possibilidades inusitadas que superam os territórios demarcados, fazendo-nos autoras e intérpretes dos nossos próprios textos-corpos.Odja Barros.