Este livro procurou distanciar-se das abordagens dicotômicas e dualistas, que polarizam indígenas e não indígenas, como se a história não possibilitasse a interligação de suas ações. A análise também não compartilhou da ideia de história de mão única, em que os não indígenas, representados neste caso pelos agentes da Eelsa e do SPI, teriam imposto suas decisões sobre os Kaingang do território indígena Apucarana, tratando estes como meros coadjuvantes da história. Em contraponto, a história aqui proporcionada evidenciou o protagonismo indígena e de suas ações diferenciadas perante ao contexto de uma nova fase da guerra de conquista. Enquanto sujeitos históricos, os Kaingang desenvolveram políticas próprias para defender seus territórios e reivindicar seus direitos, mantendo-se um grupo étnico portador de cultura diferenciada em relação aos outros povos indígenas e à sociedade envolvente. Finalmente, espera-se ter contribuído para o entendimentodas questões atuais envolvendo os Kaingang da terra indígena Apucaraninha e os representantes da Copel, retirando alguns estereótipos que buscam descaracterizar a luta dessa comunidade indígena. Ao mesmo tempo, estima-se ter cooperado com o presente debate em torno da questão hidrelétrica e povos indígenas.