Do primeiro deslizar tímido sobre uma prancha artesanal em Santos aos tubos épicos de Gabriel Medina em Teahupo'o, Histórias do Surfe, livro de Gabriel Pierin e Diniz Iozzi, é uma viagem através das marés da memória, celebrando os personagens, os campeonatos, as marcas e a cultura que transformaram o surfe em mais que um esporte: uma filosofia de vida.Publicada pela Editora Gaia - selo do Grupo Editorial Global -, a obra compila dezenas de relatos originalmente publicados na coluna "Histórias do Surfe" do jornal A Tribuna de Santos, agora reunidos com curadoria e afeto.O livro navega por águas profundas - da chegada de pranchas inspiradas em revistas americanas nos anos 1930, com os irmãos Thomas e Margot Rittscher, até a ascensão de nomes como Ítalo Ferreira, Filipe Toledo e Tatiana Weston-Webb nos palcos mundiais. Passa ainda por personagens icônicos como Duke Kahanamoku, o pai do surfe moderno, e Tom Blake, o inventor da prancha oca, além de lendas nacionais como Rico de Souza, Peti, Penho e Picuruta Salazar.Histórias do Surfe é também um mapa afetivo, com destinos marcados não apenas por coordenadas geográficas, mas por memórias coletivas. Santos, Ubatuba, Rio de Janeiro, Saquarema, Garopaba, Baía Formosa - cada praia tem seu papel na grande narrativa com gosto de sal e parafina do surfe brasileiro.As páginas revelam mais que ondas e campeonatos: falam de tribos, de arte, de música, de espiritualidade e de resistência. De um tempo em que surfar era também um ato contracultural, forma de existir à margem, ou melhor, entre as marés.Com linguagem leve e poética, o livro é um convite ao leitor para colocar os pés na areia, ouvir o som do mar e lembrar que o surfe, mais do que técnica ou competição, é um jeito de abraçar o mundo com o corpo, o coração e a alma.Como diz o espírito aloha que atravessa as páginas: surf é mais do que pegar onda - é deixar-se levar por ela.