O fundamentalismo religioso que avança na atual conjuntura política e religiosa no Brasil tem impulsionado ódio, perseguição e violência contra as identidades que fogem do padrão heteronormativo. O discurso religioso tem sido um "afiador de facas" gerando violência e morte às pessoas dissidentes sexuais. A Bíblia, como "flor sem defesa" torna-se instrumento de violência e exclusão nas mãos de um cristianismo sem Deus e sem amor. É neste contexto, marcado pelo preconceito e intolerância, operadaem nome de Deus e do texto sagrado, que livros como este tornam-se necessários. Ousar desconstruir leituras enclausuradas e acorrentadas nas amarras da "tradição interpretativa do desamor" é fazer profecia que denuncia os silêncios e omissões que tornam-se cumplices de violências e opressões. Apresento e recomendo a leitura deste livro na esperança que possa gerar diálogos e transformações no contexto das igrejas, para que se tornem espaços de mais empatia, acolhimento, igualdade e amorosidade.Afinal, como afirma o autor, "a missão integral da igreja só se cumpre com amor"!Pra. Odja Barros Desde que conheço o autor deste livro, tenho percebido o quanto sua prática ministerial - como teólogo, pastor, celebrante e, desta feita, escritor - tem sido marcada por competência teológica e coragem pastoral. Seria necessário no mínimo isto para defender a tese - subjacente neste instigante trabalho e seguramente polêmica no mundo protestante atual -, de que não há correlação lógica, estrutural, óbvia ou direta alguma entre o que se diz que a Bíblia afirma sobre práticas homossexuais e a realidade da homossexualidade/homoafetividade tal qual a conhecemos no século XXI. Ou mesmo para denunciar a associação do biblicismo conservador como patriarcalismo como sendo uma das explicações possíveis para a resistência à homossexualidade até a presente época. Este livro não apenas contribui de modo significativo para a teologia cristã, como também serve para encorajar pessoas de fé a vere tratar pessoas homoafetivas como irmãos e irmãs na luta pela dignidade humana e pela humanização do mundo.