Este livro discute os mitos relacionados ao gigantismo dos povos americanos no imaginário colonial vigente nos séculos XVI e XVII. Para tal; duas fontes distintas foram confrontadas em suas concordâncias e discrepâncias: a Literatura de Viagem - cartas; diários e crônicas -; revelou que os diferentes estereótipos pertinentes ao suposto gigantismo do índio denotavam uma série de atributos considerados negativos pela alteridade europeia do período. Em linhas gerais; os indígenas que se opunham de forma incisiva à dominação estrangeira em suas terras eram idealizados pelos viajantes e cronistas como gigantes ou quase gigantes. Na Iconografia - gravuras e mapas -; certos grupos etnolinguísticos foram representados com características próprias do gigantismo - desmesura; aparência e indumentária. Além da comparação texto/imagem; o presente livro analisa os diversos tipos de gigantes divulgados no contexto do imaginário quinhentista e seiscentista; com destaque para os patagões da Regio Gigantum; os Quinametzin das lendas nahuas; os sodomitas que teriam habitado o Peru Antigo e as representações de inúmeras lideranças indígenas do Novo Mundo; entre os quais; Cunhambebe -; célebre líder tupinambá do litoral brasileiro.