Livro de estreia de Pedro Eiras na poesia e primeiro volume de um tríptico que muito literalmente visita a obra de Dante Alighieri, em Inferno podemos encontrar uma escatologia dos tempos modernos, uma visita às almas danadas de hoje através de um prisma eminentemente sociológico que reflecte e nos faz reflectir intensamente sobre a sociedade contemporânea, sem nunca perder de vista a empatia com o outro, "pois não merece dor na morte quem já carregou / toda a vida o inferno no sangue".É maisque improvávelmas, se depois desta vida houverum campo de espera, uma alfândegadas culpas,que estes ao menos sejam poupados,e os seus nomes não constem no livrodos castigos, com o mesmovazio para todos no fim,ou, se o nome constar,que sejazero o saldodo deve e do haver,pois não merece dor na morte quem já carregoutoda a vida o inferno no sangue.