Esta investigação de campo propõe conhecer as habitações de pessoas com transtornos mentais graves por meio do olhar de seus próprios moradores. A primeira parte centra-se nas perspectivas da arquitetura, antropologia, psicanálise e saúde coletiva, abordando a contribuição dessas disciplinas em torno do habitar, das políticas públicas brasileiras dos Serviços Residenciais Terapêuticos e Centros de Atenção Psicossocial, das dimensões socioculturais da inserção social. A segunda trata dos processos de investigação, como métodos de interface, observação participante, entrevistas e grupos focais. A última parte reúne textos com os resultados da pesquisa e termina com propostas e recomendações. São problematizadas as funções e atribuições do chamado "cuidador", que costuma receber pouco apoio em sua formação para responder aos residentes em termos de reabilitação psicossocial individualizada.