Os oito textos aqui reunidos, decorrentes de pesquisas teórico-clínicas desenvolvidas no âmbito do Programa de Pós-graduação em Teoria Psicanalítica do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, abordam diversas facetas das relações tecidas entre ato e interpretação na experiência psicanalítica, à luz das transformações sofridas pela ordem simbólica e pelo mal-estar próprio ao sujeito na civilização contemporânea. Divididos em duas partes, "Interpretação" e "Clínica do ato", traduzem o empenho de seus autores em circunscrever modos de dar voz ao que não se pode representar simbolicamente, ou seja, aos restos sintomáticos do encontro dos seres falantes com a linguagem que não se deixam recuperar por semblantes, nem apreender pelo saber.Nesse contexto, destacam-se reflexões sobre a medicalização do espaço social e a constituição moderna do corpo e do vivente, marcada pela ultrapassagem de progressivos limiares de fragmentação, análises de contribuições de Lacanacerca dos impasses da interpretação e do ato na clínica psicanalítica, bem como abordagens de testemunhos de analisantes a respeito da conclusão de suas análises, da inibição verificada na clínica dos dias de hoje, da crueldade como marca de uma indiferença extrema e do lugar de uma experiência de escuta psicanalítica no setor cirúrgico de um hospital dedicado ao tratamento do câncer e suas sequelas.