Livros são como filhos. Muito mais do que os templos, as estátuas, os quadros e as músicas, os livros se avizinham aos filhos de carne e osso. Chega um momento em que eles fogem ao controle dos autores e começam a ter vida própria, como se caminhassem com as próprias pernas. Foi precisamente o que ocorreu com estas linhas, que praticamente nada tiveram de planejamento. O indicativo mais saliente disso é a presença constante, que o leitor logo perceberá, de passagens inteiras de Machado de Assisnas páginas de Inverno moral. Será este um livro machadiano? Eis uma pergunta para a qual a última palavra, caso haja, não cabe ao autor proferir, mas sim a você, leitor.Giovanni da Salara