LINCHA TARADO

SKU TR0119
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9788501017055
R$ 49,90
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    • 1
      Autor
      TREVISAN, DALTON Indisponível
    • 2
      Editora
      RECORD Indisponível
    • 3
      Páginas
      144 Indisponível
    • 4
      Edição
      3 - 1980 Indisponível
    • 5
      Ano
      1980 Indisponível
    • 6
      Origem
      NACIONAL Indisponível
    • 7
      Encadernação
      BROCHURA Indisponível
    • 8
      Dimensões
      14 x 21 x 0.9 Indisponível
    • 9
      ISBN
      9788501017055 Indisponível
    • 10
      Situação
      Disponível Indisponível
    • 11
      Data de lançamento
      01/09/1980 Indisponível
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Não sabe o CEP?
(...) Hoje são setenta e cinco dias da morte. E vinte e dois anos do casamento. Dela não guardo queixa. Tão econômica, do dinheiro usava só a metade. Por que não gastou tudo? Não deu, ela acudia. Não tive coragem. Essa roupinha sabe quem costurou? Existe dona igual? Candidata é que não falta. As filhas acham que devo. Viúva moça, solteira de prenda. Até com dentinho de ouro. Alguma que nem mereço. Tão enfeitada e viçosa. Se foi plano de Deus, bem sei, devo me conformar. De dia me distraio na oficina. Mas de noite? Pensando nela me bato a noite inteira. Minha cama, nela eu deitava. Colcha de pena de colibri, com ela me cobria. Doce cadeira de balanço, nela me embalava. Apagada a luz, erguia a camisola. Cego, de repente eu via - no lombinho tão branco duas luas fosforescendo. Saudade judia do corpo? Sinto a vista cansada, mal posso ler. Toda manhã faço a barba, ainda aparo o bigode. Ela morreu - e não raspei o bigode. Três dias que o olho está seco. Me esbofeteio com força. Chora, maldito. Ela, a Maria, que não deixa o sargento. - Já prendo esse vagabundo. - Pelo amor de Deus, sargento. Não faça isso. - Precisa de uma lição, o bandido. Ao nenê faminto ela oferece o bico negro do seio: - O culpado é o Balaio de Pulga. Não cabe mesa nem cadeira. Estreito corredor, dois ou três caixotes, mais os bêbados - sempre lugar para mais um. - O sargento devia fechar. É uma perdição. Do Balaio o João sai cambaleando. Verte em plena praça um rio de espuma - onde ela cai já não cresce a grama. - Segura o hominho! Cuidado, não é a pistolinha na mão? O brado retumbante e dois tiros certeiros na lua cheia. - Aqui não tem macho. Aos tombos chega em casa, mete a botinha na porta. Maria foge pela janela. - Com o hominho ninguém pode. O galo da vizinha não para quieto. João firma-se na cerca, fecha um olho e, no meio do clarim, tiro e queda. - Conheceu, papudo? De manhã a dona volta, ressabiada. Rindo feliz João cerca-a na cozinha. E de pé contra a mesa faz mais um filho.

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