Trazemos aos leitores as histórias reais de Listrinho e de dezenas de crianças em sua relação com a vida e com a escola. São também as histórias de milhões de outras crianças. Não aquelas que conhecem da infância apenas brincadeiras ou guardam dos finais de semana e férias lembranças amenas. Não aquelas que estão em dia com os lançamentos do mercado de jogos e brinquedos. São crianças sobreviventes. Trazem a marca da resistência. Persistiram diante das barreiras que lhes foram postas pelo caminho. Desenvolveram suas próprias estratégias de resistência e de sobrevivência.Submetidas à violência física à violência psicológica à violência da miséria ou à violência de uma escola despreparada conservam uma energia impressionante para resistir reagir recomeçar seguir em frente. Brilham no ofício e na arte da reinvenção de si mesmas mesmo quando lhes falta a matéria-prima. Sabem inventá-la! São histórias que interessam a quem tem na escola seu ofício mas também a todos os que acreditam na capacidade de superação do ser humano e que gostam de gente. São histórias de teimosia de superação de ousadia. São histórias de dor de perda. São sobretudo histórias de gente. E histórias de gente são assim surpreendentes para quem se dispuser a ver.