Desaparecimento, afundamento ou perda de uma embarcação ou navio em alto mar. Assim como, insucesso, fracasso ou decadência; queda ou ruína. Literal ou figurada, a definição de naufrágio pressupõe a tragédia, um evento definido pela perda. Em ''''Manual de Sobrevivência para Náufragos'''', o poeta Paulo Ramalho mostra-nos o antes e o depois desse acontecimento. Fala das suas personagens, dos homens e mulheres cansados que habitam esse tempo, das vítimas que originou. Sendo alguns dos poemas escritos durante o primeiro confinamento, decretado a março de 2020, o sentimento de desconcerto está presente, mas não domina. Encontramos um apelo ao recomeço, uma homenagem aos que resistem no olho do furacão. Segmentado entre ''''Naufrágios'''' e ''''Procedimentos de Emergência'''', a obra explora e investiga a gênese do poema ao falar do nascer do verso. O poeta como náufrago num mundo que é barco, e onde o poema é boia de salvação.SOBRE O AUTORPaulo Ramalho nasceu em 1960. É antropólogo e vive há treze anos na ilha de Santa Maria, Açores. Obras publicadas: O crescer do silêncio (poesia, 1992), ed. Fora do texto; Ofício imperfeito (poesia, 1994), Histórias do reino distante (contos, 1996), Exorcismo dos Anjos (poesia, 1997), A Mar Arte Editora; As duas sombras (poesia, 2003), Íman Edições (Bolsa de Criação Literária IPLLB); Ilha entre linhas (poesia, 2008), Novo Imbondeiro (Bolsa Criar Lusofonia CNC); Boca aberta (poesia, 2014), Companhia das Ilhas. O outro lado da ilha (romance, 2015), ed. Clube do Autor (Bolsa Criar Lusofonia CNC).