Quando a Lei Maria da Penha foi criada, a intenção era clara: proteger mulheres em situação de vulnerabilidade. E ela cumpre esse papel com grandeza - quando aplicada por agentes públicos íntegros e comprometidos com a justiça. Mas leis, como armas,dependem de quem as empunha. Nas mãos erradas - sem moral e sem freios - a mesma lei pode se transformar em escudo para perseguição, instrumento de vaidade ou moeda de troca no jogo do poder. Montesquieu advertiu: "Todo homem que tem poder é tentadoa abusar dele". Lord Acton completou: "O poder tende a corromper, e o poder absoluto corrompe absolutamente". A redação da Lei Maria da Penha, com alto grau de abstração, somada à obscuridade do segredo de justiça, cria o ambiente ideal para distorções - onde a verdade é moldada por interesses e a justiça se curva diante da conveniência.