"Discos a todos os preços" na São Paulo dos anos 1930Na passagem do século XIX para o XX, a expressão "música em conserva" era um modo popular para expressar o arquivamento dos sons e músicas nos cilindros fonográficos de cera e nos de pianola. Claro que a forma dos invólucros colaborava para criar a imagem da música "enlatada". Logo depois, ela serviu também para nomear as chapas e discos fonográficos que, no entanto, rapidamente se transformaram nas "esferas negras".Com o desenvolvimento da gravação elétrica e da radiofonia no final dos anos 1920, toda uma nova cultura musical ganhou alcance jamais visto, além de alterar completamente as maneiras de criar, produzir, difundir, escutar e sentir a música. Este livro trata desta época, em que música apenas começava a virar uma indústria. Apesar da ruidosa presença da música no cotidiano das cidades brasileiras do período, as pesquisas em torno dessa incrível rede de conservação e divulgação musical ainda permanecem, infelizmente, mais próximas do silêncio. E quando aparecem, geralmente repetem os temas, objetos, análises e fontes já encontradas nos livros clássicos sobre a música popular no Brasil.Esta obra vai além da base do conhecimento musical, ela acompanha de maneira cuidadosa, pela cidade de São Paulo, o "basbaque da vitrola" - mote tomado emprestado de reportagem do Diário Nacional de 1929 - para percorrer as ruas da cidade e apresentar o impacto cultural e musical.-------------------------------------------SOBRE A AUTORA: CAMILA KOSHIBA GONÇALVES possui graduação e mestrado em História pela Universidade de São Paulo.-------------------------------------------Trabalho vencedor no Concurso Sílvio Romero de Monografias sobre Folclore e Cultura Popular, ano de 2007, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, por meio do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular - IPHAN/CNFCP.