"Não é de livros que você precisa, é de algumas coisas que antigamente estavam nos livros. [...] descubra essa coisa onde puder, nos velhos discos fonográficos, nos velhos filmes e nos velhos amigos, procure na natureza e procure em você mesmo. Os livros eram só um tipo de receptáculo onde armazenávamos muitas coisas que receávamos esquecer". Fahrenheit 451, de Ray Bradbury. A ditadura do politicamente correto, a autocensura , as minorias histéricas, os vieses ideológios que contaminam pesquisas e estudos apresentados falsamente como respostas inexoráveis para perguntas complexas que exigem respostas não-lineares e não-definitivas são fonte e reconforto para os preguiçosos, para os homens-massa de Gasset, aqueles que não se valorizam, que se sentem como todo o mundo e que, mais grave, se sentem bem sentindo-se idênticos aos demais. O autor afirma que esta obra não é um livro e eu concordo, é muito mais que um livro! É um receptáculo onde o autor armazenou coisas que não podemos esquecer. Se na distopia de Bradbury queimavam-se livros, hoje queimam-se idéias e esta obra é um excelente ponto de partida para entender como isso acontece.