"Não acorde os monstros", a mãe dizia quando se cansava de ouvir os gritos do filho. "Não acorde os monstros", ela repetia aos berros.Os monstros se pareciam com todos os homens daquela família: dormiam em camas confortáveis, tomavam o café da manhã, brincavam com os filhos, trabalhavam, bebiam, voltavam tarde para casa, brigavam com a mesma força que faziam amor e então voltavam a dormir. Monstros que podiam ser vistos em qualquer espelho da casa.Ao completar trinta anos, o filho encara uma perda enquanto lida com uma relação baseada em sexo e desentendimentos. O passado retorna como um reflexo, mostrando o medo de se tornar aquilo que ele sempre detestou.Mas como escapar de uma herança invisível, de uma sombra que já habita dentro de si? Não acorde os monstros é um romance sobre as consequências, visíveis e invisíveis, da violência originada no machismo cotidiano na vida de um filho.