Azul para meninos. Rosa para meninas. Essas cores, aparentemente inofensivas, escondem uma trama complexa de significados sociais que define comportamentos, identidades e expectativas desde a infância. Em Não se nasce azul ou rosa, torna-se: cultura visual, gênero e infâncias, o pesquisador e artista visual João Paulo Baliscei analisa como a cultura visual atua na construção de estereótipos de gênero e na manutenção de modelos heteronormativos. O autor demonstra que as associações entre o azul e a masculinidade e entre o rosa e a feminilidade não são naturais, mas fruto de processos culturais e históricos relativamente recentes, intensificados a partir do século XX. Por meio de um olhar crítico e interdisciplinar, o livro propõe compreender como imagens, objetos, roupas e brinquedos moldam visualmente as infâncias e influenciam os modos de ser menino e menina. A partir de exemplos cotidianos e reflexões teóricas, o autor revela que a educação visual é também um campo político, em que se constroem visões de mundo e relações de poder. Com uma escrita sensível e fundamentada, a obra se dirige a professores, artistas, pesquisadores, pais e mães interessados em pensar de forma mais ampla as relações entre arte, educação e gênero. João Paulo Baliscei convida o leitor a enxergar além das aparências e questionar o que, há tanto tempo, foi naturalizado como "normal". Não se nasce azul ou rosa, torna-se é, portanto, uma leitura essencial para quem deseja compreender os mecanismos visuais que sustentam desigualdades e repensar o papel das imagens na formação das identidades contemporâneas. Um livro que desafia o olhar e propõe novos modos de ver, educar e representar.