No livro "A Era do Extremos" Hobsbawm assinalou que após 1945 a forma básica de luta revolucionária no Terceiro Mundo parecia a ser a guerra de guerrilha. Certamente esta observação vale para a história da América Latina entre as décadas de 1960 e 70, período no qual a luta armada foi uma experiência política central, impulsionada pelo exitoso exemplo cubano. Esta experiência, recentemente, vem sendo revisitada de forma mais aprofundada pela historiografia. A pesquisa e análise do tema variam entre disputas de memória, esquecimentos e apagamentos, tabus e temas proibidos, falta de documentação, preconceitos, dores profundas e traumas. A Argentina parece ser o país que mais tem enfrentado os desafios do tema. Isabel Leite recorre a intelectuais, revistas, livros, jornais e documentários argentinos para mergulhar neste debate. Este livro é o resultado corajoso desta investigação.