Uma abordagem cômica e sensível da Pandemia de 2020 a cargo de um dos mais engenhosos ficcionistas norte-americanos.Um grupo de amigos passa uma temporada numa propriedade rural; em algum ponto dos Estados Unidos; durante a pandemia. Os anfitriões; ambos imigrantes russos de meia idade; são um escritor com o prestígio em declínio e sua esposa psiquiatra; que enfrenta problemas no casamento e na relação com a filha. Entre os convidados estão um ator bonito e egocêntrico; uma jovem intelectual ambiciosa; um ex-professor de origem indiana recuperado de um câncer e uma coreana-americana que ficou milionária ao criar um aplicativo de relacionamentos.Com Gary Shteyngart; no entanto; os rótulos são mais fluidos. Um dos mais originais escritores em atividade; acrescenta a modelos literários reconhecíveis um tom mais raro do que parece na ficção de hoje: algo entre o humor cínico; enfastiado com o excesso de informações do século XXI; e a agudez na construção de personagens sólidos - tanto em seus dramas particulares quanto naquilo que podem representar na sociedade.Assim; a esperteza dos diálogos do livro remete à frivolidade de uma classe privilegiada; e o hedonismo possível nas circunstâncias do enredo - as longas bebedeiras; os flertes discretos ou abertos - se liga à morte durante uma emergência sanitária. Num sinal duplo contínuo; a vivacidade das cenas entre quatro paredes ajuda a entender o mundo fora daqueles limites; o mesmo que caminha para o horror político e ambiental. Como sair desses impasses tão familiares; inclusive no Brasil? Partindo da "bolsa velha de lantejoulas" que é o coração de cada personagem; a resposta dada por Nossos amigos do campo é de uma riqueza humana singular."As qualidades do romance são abundantes. Ele subverte clichês; piedades e lugares-comuns; ao mesmo tempo em que observa detalhes marcantes do confinamento."The New York Times"Gary Shteyngart é um tesouro nacional. Ele sempre escreveu com muito humor e sensibilidade; mas nunca tanto quanto aqui. Tome cuidado ao ler este livro em público: é tão provável que ele o faça rir em voz alta quanto chorar."Jonathan Safran Foer"É um prazer mergulhar no modo expansivo e generoso como Shteyngart conta histórias" - Sunday Times