Nos últimos anos, cientistas e formadores de opinião vêm criandofóruns globais com o propósito de debater as implicações éticas dainteligência artificial, da genética e da biotecnologia. A leitura declássicos da filosofia moral pode evidentementecontribuir para umaprofundamento desses debates. Grandes nomes da filosofia como, porexemplo, Aristóteles, John Locke, David Hume, Immanuel Kant, JeremyBentham, e John Stuart Mill (para mencionar apenas alguns) fizeramcontribuições sem precedentes para a nossa compreensão da ética epara a reflexão sobre os fundamentos da moralidade. De um modo ou deoutro, a leitura desses clássicos me orientou na concepção destelivro. No entanto, não pressuponho aqui de modo algum que o leitor ouleitoratenha lido as obras desses filósofos ou filósofas. A ideia,pelo contrário, é que o leitor ou leitora se sinta estimulado a buscarna leitura dos clássicos da filosofia moral o aprofundamento de algumasdiscussões que, neste livro, serão por vezes apenas sugeridas. Poroutro lado, seria talvez ingenuidade acreditar que poderíamos encontrarem clássicos da filosofia alguma resposta pronta e acabada para asquestões éticas suscitadas pela emergência de novas tecnologias. Aformulação dos problemasnessa área, e a busca por soluções, éagora uma tarefa comum, que perpassa vários âmbitos de investigação.Essa é uma tarefa importante demais para estar circunscrita àmetodologia deste ou daquele domínio particular de conhecimento.