O presente trabalho procura trazer ao leitor a investigação feita sobre o lugar do Altar no espaço litúrgico e o seu papel na tradição Católica. A escolha vem na sequência da constatação de que muitas vezes é difícil reconhecer o verdadeiro sentido deste objeto. Não que a doutrina, teologia ou a liturgia católicas nos deixem as notas sobre o que é, ou como deve ser, ou ainda as questões que giram em torno dele. O que se verifica é que há muitas vezes um descuido constante sobre o mesmo. Quando acomunidade cristã o encomenda, por vezes não é capaz de traduzir em linguagem aquilo que realmente deseja, e os artistas, ou artesãos acabam por fazer o Altar apenas por reminiscências pessoais, em função de uma memória da imagem que dele têm do passado. O trabalho não almeja ser uma história do Altar, ou uma súmula do que se disse ao longo dos séculos sobre o Altar. A nossa preocupação é a de aprofundarmos a reflexão sobre a sua função e lugar, muito provocada pelo contexto do Movimento Litúrgico. Ainda que o estudo esteja circunscrito ao século XX, tornou-se necessário recuar no tempo para percebermos como o mal-estar sobre a liturgia, sobre a forma como a Igreja reza e celebra viviam dois ritmos, o da comunidade e a do clero. Reconhecer o modo como a Igreja reza e celebra torna-se essencial para a compreensão da organização do espaço. Estas questões são aquelas que no capítulo I se tornam evidentes, bem como a perceção de que todo este processo de renovação litúrgica é fruto de uma Igreja que peregrina na história e a leva a desafiar-se para que a realidade litúrgica continue a ser verdadeiramente uma ação de Deus com e para o seu Povo.