Gilberto Freyre, João Gilberto, Gilberto Gil e Gilberto Mendes, em diversas perspectivas, apresentam e representam o Brasil contemporâneo. Neste livro, seus nomes e suas obras se cruzam, confirmando ressonâncias e atestando avizinhamentos. Cada um à sua maneira, estes Gilbertos instigam inevitavelmente inúmeras reflexões acerca de alguns paradigmas da cultura e da música no Brasil. Um lembra das questões de raça, mestiçagem, cultural, e de suas consequências na maneira de compor, executar e pensar a música. Outro remete à era da alta fidelidade acústica, ao mito do som perfeito e adequado para a batida do violão e o canto sussurrado. A ruptura de arcaísmos, a composição a partir da bricolagem, a militância verde e a busca de uma biodiversidade musical são tópicos levantados por mais um Gilberto. O quarto reforça a possibilidade de escuta de todas as paisagens sonoras, o rompimento de fronteiras entre culto e erudito.