Este ensaio propõe desvendar uma triste página da história brasileira, e se contrapõe à narrativa oficial, alinhada aos interesses da elite política do país, que produz o mito e as versões inventadas, distorcendo a veracidade dos acontecimentos históricos. Cabe aos historiadores rever fontes, documentos diversos esquecidos nos arquivos, ou escondidos de propósito, que sobraram da sanha destruidora de provas comprometedoras. O Inferno de Clevelândia resultou da pesquisa em jornais da década de 1920, em especial dos momentos em que as violências políticas e sociais no Brasil foram exacerbadas no governo de Arthur Bernardes, que governou sob estado de sítio. Opositores, militares, intelectuais, trabalhadores e demais "indesejáveis" foram presos sem culpa formal, sem processos, apenas mediante denúncias sem provas, perseguidos por agentes policiais encarregados da ordem política e social do país. O suplício e a morte de milhares de brasileiros resultaram no terror de estado. Destaca-se, ainda, o papel dos anarquistas, grupo que, até hoje, permanece "invisível" na história do Brasil.