O primeiro e o segundo homem é a estreia literária de Luiz Sérgio Metz (1952-1996), um dos autores brasileiros mais importantes das últimas décadas. Em nove contos recheados de humor, horror e grande força inventiva, Metz observa desaparecimentos na paisagem gaúcha: uma bola de gude perdida, uma vida perdida, um povo perdido. Na história do título, a violência compacta e metafísica remete aos mais ágeis momentos de Jorge Luis Borges. "Ulpiano, seus irmãos e sua velha mãe" percorrem a estrada que os expulsa de seus passados. Ao fim de "Almas arrabaleiras", no qual resplandece o inesquecível indígena matemático Andejo Caiãn, o narrador declara: "Cobre-me a noite. Não estou de luto."