Hoje, como ontem, nos séculos de incredulidade como nas eras de fé, nas quadras históricas elevadas pela atração dos Ideais do espírito como nos tempos trabalhados pelo materialismo das aspirações e industrialismo das atividades, a grande questão, aquestão única e decisiva dos nossos destinos impõe-se com a força imperiosa de uma necessidade indeclinável. O problema de Deus.É antes de tudo uma questão de ordem racional, o problema primeiro na vida da inteligência. A razão é a faculdade dos porquês. Sua aspiração mais incoercível, identificada com a própria finalidade, é compreender. Compreende, no sentido pleno da palavra, quem exaure a cognoscibilidade das coisas: privilégio incomunicável da Inteligência Infinita. Compreende também numa acepção mais modesta, mas essencial a qualquer inteligência por humilde que seja o seu posto na hierarquia dos espíritos, quem descansa na inteligibilidade integral de um objeto, quem sabe que o ser é e porque é, quem lhe explica a existência. Estaé a finalidade essencial da nossa razão.Colocai-a agora ante o espetáculo maravilhoso do Universo com a complexidade de sua estrutura, a hierarquia dos seus elementos, a harmonia de suas finalidades, o jogo majestoso de suas ações e reações.