"Nova promessa da literatura nacional, Raul tece com originalidade a história de amor proibido entre dois meninos às margens de um rio. Um mergulho na complexidade das emoções, arrastando o leitor pelas correntezas da alma."Paulo Ratz, criador de conteúdo literárioEm Carrasco, lugarzinho perdido no sertão cearense, Cícero passa a infância à espera. A mãe, Aneci, trabalha como empregada doméstica na capital e volta apenas uma vez por ano, sempre em dezembro, para a terra que tanto a machucou e para o filho. E são nesses poucos dias que o garoto deságua em amor.No restante do ano, Cícero aprisiona a saudade. E cultiva o sonho de ir. Ir embora com a mãe. Ir embora encontrar a mãe.É só ao lado de Luzimar, vizinho e amigo, que a dor aquieta. Dois pares de pernas que correm Carrasco de ponta a ponta e desembocam na beira daquele rio que tudo leva, menos a saudade. Essa fica represada, à espera do próximo ano-novo.Até que Aneci deixa de voltar.Enquanto a espera se prolonga após dezembros de ausência, Cícero e Luzimar se descobrem homens ao se encontrarem um no outro. Mas ser homem nestas terras - e nestas águas - também significa saber escolher bem suas armas.E a correnteza desse rio ainda tem muito passado para contar.