A presente obra propõe uma leitura inovadora da poesia de Manoel de Barros a partir da formulação do Sistema Poético Primitivista, conceito ancorado na filosofia de Giambattista Vico e na ideia da poesia como linguagem originária. O autor investiga como tempo, espaço, memória e imaginação se entrelaçam na construção de um mundo simbiótico entre o homem e a natureza, especialmente no contexto do Pantanal, espaço recorrente na obra barriana. Tendo o Livro de pré-coisas como núcleo analítico, a figura de Bernardo da Mata - alter ego do poeta - é estudada como síntese poética dessa união radical com o mundo natural. O resultado é uma reflexão que ultrapassa os limites da crítica literária tradicional e oferece ao leitor uma perspectiva profunda sobre o poder da linguagem poética como forma de existência, memória e invenção. Trata-se de uma contribuição original ao campo dos estudos literários, especialmente no que tange às relações entre poesia, filosofia e natureza.