Durante todo o pontificado do Beato Eugênio III (167º Papa da Igreja, de 1145 a 1153) foi bastante frequente a correspondência epistolar entre o Abade de Claraval e o Papa cisterciense, que havia sido o seu discípulo. Os Cinco Livros da Consideraçãofecharam como que broche de ouro essa correspondência: neles se resplandece a ideia capital que nosso santo havia concebido sobre a grandeza e dignidade incomparável do Vigário de Cristo e de seus deveres sacratíssimos que este cargo lhe impõe. O primeiro livro, foi composto em 1149; o segundo, em 1150; o terceiro, em 1152, e o quarto e o quinto muito pouco tempo depois.A bem verdade, declara Mabillón, entre todos os opúsculos escritos pelo santo doutor, não há outra que nos pareça digna de São Bernardo como esta. O tema é magnífico como é excela a pessoa do Sumo Pontífice a quem o dedica. Majestade de estilo, profundidade de conceitos, eloquência e pureza de doutrina e perfeito conhecimento dos sagrados cânones e da disciplina eclesiástica.O fim proposto pelo Santo Abade de Claraval ao escrever esta obra foi convidar o Soberano Pontífice a fazer uma espécie de exame de consciência, encaminhando a ordenar perfeitamente sua vida em suas relações consigo mesmo, com seus subordinadose com a Cúria Pontifícia, com a Igreja universal e com o mundo inteiro, com os diversos estados e finalmente com Deus.