Publicado em 1888, OS MAIAS é a obra-prima inquestionável de Eça de Queirós, o ponto culminante de uma carreira literária marcada por uma escrita afiada, profunda e absolutamente única. Este romance monumental não se limita a contar a história deuma família, mas é, antes, um retrato multifacetado da alma humana e das contradições de uma sociedade em transformação. Ao longo de três gerações da família Maia, Eça desenha um fresco de amores proibidos, tragédias íntimas, esperanças vãs e, sobretudo, uma irreparável sensação de desilusão. O enredo segue a trajetória de Carlos Eduardo, cujas paixões e frustrações se entrelaçam com a figura enigmática de Maria Eduarda, levando-os a um destino trágico, mas inevitável. O romance explora com precisão cirúrgica as tensões entre os personagens e o mundo à sua volta, mostrando como os conflitos internos, as ilusões pessoais e as pressões sociais criam um cenário propício para o fracasso. Lisboa, a cidade que serve de palco, é mais do que um simples cenário: torna-se uma personagem viva, reflexo das tensões e contradições de um país em que o progresso e o conservadorismo lutam pela primazia.