Se, em 1990, me tivessem dito que, em 2020, publicaria um livro intitulado Pelo socialismo!, julgaria que se tratava de uma piada de mau gosto.Só que, trinta anos depois, em 2020, o hipercapitalismo foi demasiado longe e, agora, estou convencido deque devemos pensar numa nova superação do capitalismo, uma nova forma de socialismo, participativo e descentralizado, federal e democrático, ecológico, miscigenado e feminista. A história decidirá se a palavra "socialismo" está definitivamente mortae deve ser substituída. A meu ver, penso que pode ser salva e até que continua a ser o termo mais apropriado para designar a ideia de um sistema económico alternativo ao capitalismo. Seja como for, não podemos contentar-nos com ser "contra" o capitalismo ou o neoliberalismo: é preciso ser também, e acima de tudo, "a favor" de outra coisa, o que exige que designemos de uma forma precisa a sociedade justa que temos em mente, seja qual for o nome que acabemos por decidir atribuir-lhe.