Em setembro de 2019, o Brasil presenciou um dos episódios mais emblemáticos da relação entre política, cultura pop e diversidade. Durante a Bienal do Livro do Rio de Janeiro, o então prefeito Marcelo Crivella tentou censurar a HQ da Marvel "Vingadores: A Cruzada das Crianças" por conter um beijo entre os heróis Wiccano e Hulkling. O caso, que ganhou repercussão nacional e internacional, expôs como representações positivas de personagens LGBTQIA+ se tornaram alvos de perseguição no país. Pode um LGBTQIA+ Ser Super-Herói no Brasil? analisa esse acontecimento como um ciberacontecimento, ou seja, um episódio amplificado pelas plataformas digitais e pelo embate político-ideológico. A obra mostra como discursos conservadores e fundamentalistas mobilizaram a ideia falaciosa de que crianças estariam "sob ameaça" com a simples presença de personagens diversos nos quadrinhos. O livro vai além do registro histórico e oferece uma reflexão crítica sobre os impactos da censura cultural em um Brasil governado pela extrema-direita. Com base em pesquisa acadêmica sólida, também revela como, no dia 7 de setembro de 2019, a resistência ganhou força quando o beijo dos heróis estampou a capa da Folha de São Paulo e mobilizou milhares de vozes em defesa da diversidade. Entre os principais temas abordados estão: Censura cultural e política no Brasil contemporâneo Representações LGBTQIA+ em quadrinhos e super-heróis Ciberacontecimentos e redes sociais Resistência cultural e mobilização coletiva O autor, Christian Gonzatti, mestre e doutor em Ciências da Comunicação, é também criador da plataforma Diversidade Nerd, onde explora a interseção entre cultura pop, gênero e sexualidade. Sua experiência acadêmica e militância cultural conferem legitimidade à obra, que dialoga tanto com pesquisadores quanto com leitores interessados em representatividade. Mais do que uma análise, o livro é um documento político e histórico que convida à reflexão: quem pode ser herói em um país marcado pela intolerância? E, principalmente, como a diversidade pode inspirar novas formas de resistência?