Não é novidade que a sociedade se constitui como espaço de intrincadas relações de poder, em que as disputas, as polêmicas e as exclusões jamais deixaram de se apresentar ao campo. O desafio de problematizar conceitos, saberes e práticas consolidadas, desse modo, não se restringe a disputas em nome de valores, experiências e leituras mais ou menos legítimas, mas se erige como batalha pelo reconhecimento e validação de formas, corpos e linguagens que, historicamente, foram proscritos do rol da história brasileira. Às margens, as vozes femininas redimensionam poéticas, estéticas e histórias, deslocando perspectivas e enquadramentos, para além do olhar hegemônico, na direção de experiências e de reinvenções de subjetividades.