Podem as palavras de Lucrécio e de Sêneca interessar ao homem tecnológico dos nossos dias, o qual, capturado e atordoado pela imensa rede do espaço, perdeu o caminho do tempo? Este livro apresenta Lucrécio e Sêneca como nossos possíveis interlocutores; não porque tenham resolvido todos os problemas e, portanto, imponham-se como modelos, mas simplesmente porque nos precederam no que se refere a nossas mesmas perguntas; porque, alérgicos ao pensamento único, apresentaram-nos concepções diferentes e rivais do mundo; porque, embora em margens opostas, experimentaram, na solidão e com autonomia, o que significa suportar a verdade quando a vida vem nos visitar. Esses interlocutores, além de nos lembrar como éramos, dizem-nos também como poderíamos ser.