Quase tudo e pouco mais reflete com rasuras, feito um espelho lascado, o autor. Em alguns momentos, as histórias descambam para uma insanidade atraente, quando fica evidente o mergulho na escrita automática; o importante são as sensações, e não os significados. Em outros, o significado é fundamental, sem querer servir de luvas de pelica, ou moralismo, ou notícia falsa.No fundo este livro é apenas um amontoado de questões universais - alguns exemplos: a desvalorização de um pimentão verde, o desaparecimento do último unicórnio, a origem do parafuso, como ensinar um papagaio chamado Al Capone a falar o nome dele, e fazer bolha de sabão, e defender a democracia, e chorar, e amar uma morena - colocadas no papel de modo semiautomático, personalíssimo e voltada à esquerda.