A reestruturação do capital ao longo dos anos traz em si um questionamento sobre a dinâmica da relação entre o engajamento para o capitalismo e as demandas sociais. Nesta dinâmica, tudo o que se refere ao social tende a incorporar o espírito capitalista. Na busca pela conciliação entre a maximização do lucro e as exigências sociais, a responsabilidade social corporativa passa a tratar do risco social, isto é, um modo de articular ações que, ao mesmo tempo, maximizem o investimento econômico e reduzam o risco social que possa comprometer o negócio. Os indicadores sociais se tornam instrumentos de desempenho econômico, medindo a reputação por meio de um envolvimento retórico das demandas sociais, afastando-se dos reais impactos no público-alvo. Por meio de um estudo da dimensão social do ISE-B3 de quatro organizações do setor bancário brasileiro, em um período de quatro anos, a Racionalidade Coreográfica se apresenta nesta obra como um conceito que representa o cálculo deliberado da conformidade social aos interesses econômicos do mercado. São movimentos harmônicos que buscam promover um engajamento político das empresas em detrimento de uma responsabilidade social efetiva.