Mais do que sossego, primeiro, sugiro um sobressalto. Saltar por demoras. Isto é, para mergulhar na surpreendente obra com que Miguel Rodrigues nos presenteia. Porque, com ele, somos convocados à suspensão e ao suspense, do pensamento previsível e dachã curiosidade, para, de olhar transfigurado, relermo-nos na sua admirável artesiana textual e epifania imagética. Sem dúvida, este corpus implica-nos. Irá deixar-nos interrogativos e tomados de silente espanto. Para, quem dera, evitarmos a capitulação na 'heresia' da indiferença à hospitalidade do diverso, na coragem e delicadeza de encontrar, segundo o convite do Papa Francisco, «os novos sinais, os novos símbolos, uma nova carne para a transmissão da Palavra, as diversas formas de beleza que se manifestam em diferentes âmbitos culturais, incluindo aquelas modalidades não convencionais de beleza que podem ser pouco significativas para os evangelizadores, mas tornaram-se particularmente atraentes para os outros» (Evangelii Gaudium, 167).(...)