- Einstein e Freud, em sua correspondência, provocados a pensarem a guerra, mostraram sua perplexidade. Desprovidos estavam de categorias para compreenderem um fenômeno que escapava de seus modos de pensar, uma vez que acreditavam que o século XX seria uma época de superação da violência em sociedades civilizadas e de alta cultura como Alemanha, França e Reino Unido. E foi isso que escreveram antes da eclosão da Segunda Guerra Mundial, ainda mais terrível e cruel do que as anteriores. Diante de tal desafio, o autor deste instigante ensaio empreende o que ele denomina de uma aventura intelectual: a de repensar, na esteira de Clausewitz, as relações entre política (de Estado) e guerra, entre o exercício da violência e o da razão, tendo como mote a invasão da Ucrânia pela Rússia e a reconfiguração militar e geopolítica do Oriente Médio. Graduado em Filosofia no México e com doutorado e pós-doutorado na França, o gaúcho Denis Rosenfield publicou vários livros em português, francês e espanhol, entre eles O estado fraturado / Reflexões sobre a autoridade, a democracia e a violência e Jerusalém, Atenas e Auschwitz - Pensar a existência do mal, ambos pela Topbooks