Este número do APC em Revista é comemorativo aos 10 anos da instituição e publica alguns dos trabalhos realizados - tanto por seus membros quanto por convidados - durante o ano comemorativo desta data.A APC iniciou focada em ver como se estruturar, idealizando e planejando. Gradativamente, passou a compreender que a prática difere do planejamento e que uma bela Carta de Princípios não é garantia de que os mesmos sejam seguidos. Para tal, se exige maleabilidade frente aos impasses os mais variados - por conta do exercício da diferença - que diferem em muito da escrita que os documenta. Isso levou a concluir, por fim, que a manutenção de uma associação na diferença, no espaço para a transmissão, na liberdade de expressão, nos princípios freudianos lacanianos - o que já a delimita - não é nada fácil! Implica em atenção aos princípios, para que os mesmos não se configurem como letra morta.Na medida em que aquilo que se transmite não é outra coisa que o desejo, e sem ele não existe trabalho analítico, este foi o tema de base dos trabalhos deste ano: o desejo, em suas múltiplas articulações.No Espaço da Letra contamos com o texto de Leda Mariza Fischer Bernardino, O X da questão, onde a partir das questões que acometem aos candidatos a sujeito para responder à incógnita do desejo do Outro, a autora trabalha o grafo do desejo e interroga o papel do psicanalista como "parteiro do desejo". Um drama chamado desejo é o texto de Lucia Marly Verdum de Almeida, que aborda o paradoxo do desejo que nos habita, impelindo e impedindo ao mesmo tempo as elaborações dos sujeitos. No texto Acidentes sob o desejo, Maria Aparecida Luna Pedrosa propõe reflexões sobre a angústia suscitada pelo desejo. O desejo na construção do sujeito, de Tânia Maria Galeazzi Stoppa, trabalha o grafo do desejo e os primórdios da constituição do sujeito desejante. Um leão por dia é o texto em que Wael de Oliveira trata do desejo e sua interpretação a partir dos rituais da aliança entre Deus e o povo judeu. Em Desejo, necessidade, vontade. Você tem fome de quê? Wagner Rengel trabalha o surgimento do desejo, seu deslizar significante e a possibilidade de chegar até ele, em análise.No Espaço de Interlocução apresentamos a transcrição do seminário As homossexualidades, proferido por Mauro Mendes Dias, que discorre sobre as diferentes abordagens do tema no decorrer do tempo e as possibilidades de trabalho.No Espaço Amarelinhas, Sandra Tellier Motti, em O Coelhão-Olhão, nos relata um caso clínico, onde o