Colonização segue promovendo ausências. Este livro, por sua vez, vem ocupar espaços e reconhecer vozes historicamente silenciadas. As experiências aqui descritas, em forma de artigos, representam cotidianos de resistência. Cada escrita é um movimento de luta contra uma ciência cerceadora e em prol de uma ciência que considere compreender as multiplicidades de existências e de experiências presentes no chão deste país.Compreender a partir de que bases? Aqui as reflexões foram realizadas por jovens indígenas que estão com os pés cravados em seus territórios e conhecem as particularidades de um universo ainda muito desconhecido pela maioria dos brasileiros e brasileiras.Considerando a diversidade de concepções em torno das questões de saúde e doenças, é preciso encarar essas narrativas como processos de resistências e de busca de autonomia de diferentes comunidades indígenas diante das violências geradas pelo contínuo processo colonizador. Longe de supor culturas estáticas no tempo, tratamos aqui, ao contrário, de culturas dinâmicas e capazes de elaborar estratégias de sobrevivência e de saúde ante as mazelas enfrentadas no cotidiano. Trata-se de compreender, por seus nomes, a diversidade cultural dos povos originários do Brasil.